Notícias
Tecnologia 3D na Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial
13/07/2017
Autor: Rodrigo de Faria Valle Dornelles, MD
A possibilidade da utilização das imagens tridimensionais, seja por captação por escâner de superfície, por fotogrametria nos casos de malhas de superfície, ou em modelos virtuais obtidos por meio de tomografia como forma de avaliação, planejamento e acompanhamento de pacientes, tem demonstrado ser promissora na área da cirurgia Crânio-Maxilo-Facial(1, 2). Uma das principais desvantagens deste método tem sido considerado o custo.
Contudo, há uma popularização na evolução da tecnologia 3D com novos dispositivos de captação de malhas de superfície que tem sido lançados no mercado, em formato de aplicativos de aparelhos móveis ou mesmo escâneres de baixo custo (ReCap 360, Structure) , com isto as medições poderão ser feitas desvinculadas de aparelhos de alto custo(3) (Figura 1). Para extração de modelos a partir de Tomografia ou Ressonância, dispõe-se do Osirix, ou softwares livres como o InVesalius e o Slicer3d, por exemplo. Com este mesmo apelo, existem softwares open source(4) no mercado que, além da modelagem virtual, podem obter informações de malhas 3D, dentre eles o Blender® que é uma das possibilidades que já vem sendo utilizado dentro da medicina. O planejamento virtual cirúrgico já é uma realidade, como na cirurgia ortognática, mas tem sido cada vez mais utilizado em reconstruções(5, 6). Com o uso da impressão 3d, guias de osteotomias, planejamento em modelo de tamanho natural, referência intra-operatória e customização de peças de inclusão em vários materiais, desde o polietileno até o titânio tem sido feitas (Figuras 2-5).
A tecnologia aditiva é considerada uma revolução em todos os âmbitos e, em breve, o uso da realidade virtual tanto para o treinamento háptico, como para estudo irá se tornar uma poderosa ferramenta de ensino médico.
Figura 1
Figura 1: Visão por histogrametria das malhas de superfície de pré e pós-operatório de 3 meses, alinhadas, da incidência oblíqua esquerda da face de paciente submetida a cirurgia de suspensão do terço médio (blefaroplastia subperiostal) para rejuvenescimento. A escala de cor evidencia o verde como malhas coincidentes e o amarelo com mais de 2 mm de distância entre elas, mostrando a projeção obtida
Figura 2
Figura 2: À esquerda reconstrução 3d por tomografia da face de paciente com displasia frontonasal e fissura labiopalatal completa a esquerda, com correção neurocirúrgica prévia. À direita impressão 3d do crânio para estudo e planejamento
Figura 3
Figura 3: Superior esquerda Modelo impresso de mandíbula com tumor acometendo o corpo, ângulo e ramo ascendente mandibular. Superior direita mostrando planejamento virtual dos guias de osteotomias para ressecção tumoral e para área doadora para reconstrução microcirúrgica com fíbula. Inferior esquerda fotografia dos guias impressos. Inferior direita visão do guia de posicionamento do retalho livre com manutenção da posição do côndilo.
BIBLIOGRAFIA
1. Dornelles RDFV, Alonso N, Tissiani LAL, Souza AR, Cardim VLN. The use of a three-dimensional mesh in plastic surgery. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Sugery. 2016;31(1):25-31.
2. Nord F, Ferjencik R, Seifert B, Lanzer M, Gander T, Matthews F, et al. The 3dMD photogrammetric photo system in cranio-maxillofacial surgery: Validation of interexaminer variations and perceptions. J Craniomaxillofac Surg. 2015;43(9):1798-803.
3. Knoops PG, Beaumont CA, Borghi A, Rodriguez-Florez N, Breakey RW, Rodgers W, et al. Comparison of three-dimensional scanner systems for craniomaxillofacial imaging. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017;70(4):441-9.
4. Szymor P, Kozakiewicz M, Olszewski R. Accuracy of open-source software segmentation and paper-based printed three-dimensional models. J Craniomaxillofac Surg. 2016;44(2):202-9.
5. Lim SH, Kim MK, Kang SH. Precision of fibula positioning guide in mandibular reconstruction with a fibula graft. Head & face medicine. 2016;12(1):7.
6. Tarsitano A, Del Corso G, Ciocca L, Scotti R, Marchetti C. Mandibular reconstructions using computer-aided design/computer-aided manufacturing: A systematic review of a defect-based reconstructive algorithm. J Craniomaxillofac Surg. 2015;43(9):1785-91.