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Nosso Membro Titular da ABCCMF descreve suas experiências nas Missões Humanitárias
16/02/2017
Cirurgia Craniofacial e Missões Humanitárias
Por Prof. Renato da Silva Freitas
Há 16 anos fui convidado para uma missão para operar crianças fissuradas em Cuiabá, capitaneada pela Operation Smile. Missão onde operamos 115 pacientes em 6 dias cirúrgicos e que conheci alguns cirurgiões, entre os quais Lester Mohler – cirurgião americano com uma técnica reconhecida na área. Foi extremamente apaixonante poder operar tantas crianças em tão pouco tempo. Mais que isto, poder ajudar pessoas que não tiveram chance de realizar sua cirurgia devido a problemas de Saúde Pública. E não infrequente encontrarmos pacientes adultos, e também com mais idade, virgens de tratamento. Foi tão apaixonante que já estive em mais de 50 missões nestes 16 anos. Países como Jordânia, China, Marrocos, Etiópia, Quênia, Bolívia, Nicarágua, Equador, Paraguai, além de missões no Brasil.
Fui perguntado uma vez qual seria minha maior razão de ir a tantas missões, visto que já opero regularmente pacientes com fissura em Curitiba, e passaram pela minha mente inúmeras hipóteses. No início, o voluntarismo é para conhecer novos países e novos profissionais, passando por podermos mostrar nossa técnica, e sermos conhecidos. Mas o que mais hoje me agrada é pela simples possibilidade de poder ajudar ao próximo, de uma maneira pura. A mudança que podemos fazer na vida destas crianças em 45 minutos (um sorriso de cada vez – lema maior da ONG) é nosso maior desejo.
Numa revisão no PUBMED em relação as missões humanitárias e fissuras, encontramos 45 artigos, sendo 27 nos últimos 5 anos. Antigamente denominadas de Safari Cirúrgico, hoje se evidencia que estas missões têm sim aspectos assistencial, educacional e principalmente humanitário. Não tenho a menor dúvida que os maiores beneficiados com estas missões somos nós mesmos, voluntários, que aprendemos muitos e ganhamos felicidades.