SÉRGIO MOREIRA DA COSTA, GUSTAVO MOREIRA COSTA DE SOUZA
RESUMO
Relatar a experiência do serviço no tratamento
das seqüelas das fraturas nasais, discutindo as indicações
das diversas vias de acesso, as áreas doadoras
de enxertos ósseos e cartilaginosos, os métodos de fixação
e o recobrimento dos enxertos. Método: Durante os últimos
10 anos, foram realizadas cerca de 320 rinoplastias
para tratamento de seqüelas de fraturas do nariz. Foram
utilizadas as vias intranasal, exorrinoplastias, “degloving”
do terço médio da face e a via coronal. Foram aplicados
enxertos ósseos em quase 60% dos casos, sendo esses
enxertos retirados da taboa externa do crânio, do septo
nasal ou da crista ilíaca e, muitas vezes, fixados por
miniplacas e parafusos, alguns deles revestidos de fáscia
temporal, principalmente nas rinoplastias coronais. Enxertos
cartilaginosos também foram largamente aplicados
e as áreas doadoras foram o próprio septo ou as conchas
auriculares. Resultados: Foram observados resultados
estético-funcionais satisfatórios na quase totalidade dos
pacientes e as poucas complicações foram absorções de
enxertos (1%), desvio da ponta nasal (3%), exposição do
enxerto através da pele (1%), insuficiência das válvulas
nasais (3%), perfuração do septo nasal (1%), irregularidades
perceptíveis no dorso do nariz (3%) e sinéquias (1%).
Descritores
Rinoplastia/métodos. Osso nasal/lesões.
Deformidades adquiridas nasais/cirurgia. Fixação de fratura/
métodos.
TÍTULO
Trauma craniofacial: perfil epidemiológico de 1223
fraturas atendidas entre 1999 e 2005 no
Hospital São Paulo – UNIFESP-EPM
AUTOR
MAX DOMINGUES PEREIRA, TESSIE KRENISKI2, RAFAEL DE ALMEIDA SANTOS, LYDIA MASAKO FERREIRA
RESUMO
As características do trauma craniofacial dependem
do centro médico e do período considerado. O objetivo
do estudo foi determinar o perfil das fraturas craniofaciais
atendidas em um hospital universitário urbano em seis anos.
Método: Realizada a análise retrospectiva dos registros
epidemiológicos de 912 pacientes atendidos no Hospital São
Paulo, além da coleta de dados sobre o mecanismo do trauma,
tipo e localização das fraturas. Resultados: O sexo
masculino predominou em todas as faixas etárias, com 692
(76%) casos, exceto pela faixa etária superior aos 60 anos.
Com relação à raça, 574(62%) pacientes eram Caucasianos
e o grupo etário dos 20 aos 29 anos foi o mais acometido,
com 305 (33%) casos. Foram diagnosticadas 1223 fraturas
craniofaciais, sendo que em 821 (90%) pacientes elas ocorreram
de modo isolado e, em 91 (10%) casos, houve a associação
de fraturas em duas ou mais regiões na face. A agressão
física foi responsável por 265 (29%) casos, seguida pelos
acidentes de trânsito em 23 7(26%) e pelas quedas em
221 (24%). As fraturas da órbita foram encontradas em 438
(48%) pacientes, seguidas pela fratura nasal em 300 (33%) e
mandíbula em 217 (24%). Variações na etiologia e na distribuição
por faixa etária ocorreram de acordo com a fratura
considerada. Conclusões: O trauma craniofacial acomete
uma parcela importante da população economicamente produtiva.
A documentação sistemática e permanente nos centros
especializados no seu tratamento permite que sejam elaboradas
medidas preventivas específicas, reduzindo suas seqüelas
e custos financeiros.
Descritores
Traumatismos maxilofaciais/
epidemiologia. Fraturas cranianas/ epidemiologia. Centros
de traumatologia/estatística & dados numéricos. Brasil/
epidemiologia. Estudos retrospectivos.
TÍTULO
Fissura número 9 de Tessier: aspectos clínicos,
radiológicos e abordagem cirúrgica
AUTOR
HENRI FRIEDHOFER, DOV C. GOLDENBERG, NIVALDO ALONSO, ENDRIGO BASTOS, FABIO L. SAITO, MARCUS C. FERREIRA
RESUMO
Devido a sua raridade, poucos relatos na
literatura detalham os aspectos clínicos e radiológicos da
fissura 9 de Tessier. A proposta do presente estudo é descrever
cinco pacientes portadores desta fissura facial. Método:
No período entre 1999 e 2006, cinco pacientes foram acompanhados
em nosso serviço, com o diagnóstico de fissura 9
de Tessier. Destes, quatro eram do sexo feminino e apresentavam
fissuras unilaterais. Resultados: Em um único caso, a
fissura 9 foi o único achado clínico. Em dois pacientes, outras
fissuras faciais foram observadas e, em outros dois pacientes,
outras deformidades craniofaciais estavam associadas,
incluindo microftalmia, ptose palpebral grave, além de
deformidades em extremidades. As deformidades em partes
moles e esqueléticas não eram proporcionais, observandose
deformidades leves em partes moles associadas a fissuras
completas e deformidades graves de partes moles associadas
a fissuras parciais. As deformidades orbitárias foram tratadas
por meio de reconstrução palpebral, reposicionamento
do canto lateral e cranioplastias. A presença de banda fibrosa
ao longo da fissura foi sempre observada. A liberação
destas aderências foi essencial para o reposicionamento
tecidual adequado. Conclusão: As deformidades de partes
moles e as deformidades esqueléticas não são proporcionais,
tornando complexa uma única teoria etiológica para
seu aparecimento e dificultando muitas vezes o diagnóstico.
Investigação dos sinais clínicos e das deformidades
esqueléticas por meio de métodos de imagem é fundamental
para o diagnóstico adequado e, conseqüentemente, para o
tratamento cirúrgico apropriado.
Estudo morfométrico comparativo entre três técnicas de
palatoplastia para alongamento do palato mole
AUTOR
ROMUALDO RODRIGUES FROES FILHO, MARCUS VINICIUS MARTINS COLLARES, RINALDO DE ANGELI PINTO
RESUMO
A palatoplastia é o tratamento indicado
para a correção da fissura palatina e a busca pela técnica
que proporcione melhores resultados é um objetivo permanente.
Está claro que a fonação é a melhor análise da eficácia
de uma técnica, mas há outros fatores importantes,
como o reposicionamento anatômico das estruturas e a
reprodutibilidade. Objetivo: Comparar morfometricamente
o reposicionamento conseguido por três técnicas cirúrgicas
diferentes de palatoplastia, por meio de medidas intra-operatórias
e pós-operatórias imediatas. Método: Foram operados,
por um mesmo cirurgião, 30 pacientes portadores
de fissura lábio-palatina unilateral, com idades que variavam
entre 12 e 24 meses, sem cirurgias prévias no palato
mole, sem outras co-morbidades, sendo divididos em três
grupos: Grupo I - Técnica de Furlow; Grupo II - Técnica de
Veau-Wardill-Kilner com veloplastia; e Grupo III - Técnica
de Veau-Wardill-Kilner com veloplastia e plástica em Z na
mucosa nasal. Duas destas técnicas (GI e GII) são consagradas
pelo uso, e a terceira (GIII) é uma modificação destas
sugerida pelo autor. Resultados: Observou-se que as
três técnicas alongam o palato, com uma tendência maior
no Grupo III, sendo o conjunto muscular mais
retroposicionado, também nos pacientes do Grupo III, enquanto
o índice de complicações foi maior nos pacientes
operados pela técnica de Furlow. Conclusão: Os achados
clínicos perioperatórios e morfométricos desse estudo sugerem
que a técnica de Veau-Wardill-Kilner com veloplastia e
plástica em Z na mucosa nasal é uma alternativa viável e
promissora para o tratamento da fissura palatina, e a avaliação
fonológica destes pacientes, em longo prazo, será a
resposta final para a sua aplicabilidade clínica.
Orthotic treatment improves cranial base abnormality in
patients with craniofacial microsomia and
deformational plagiocephaly
AUTOR
YUAN LIU, RENATO DA SILVA FREITAS, JEANNE POMATTO-HERTZ, TIM LITTLEFIELD, JOHN A. PERSING5, JOSEPH H. SHIN5
RESUMO
Craniofacial microsomia is associated with hypoplasia of the
facial skeleton and musculature. These primary defects cause a secondary alteration
of the craniofacial skeleton. Current therapies do not attempt to correct the cranial
base deformity in childhood. Another cause of oblique deformities of the skull is
deformational plagiocephaly. This common disorder is secondary to external
deformational forces and tends to improve with time and may require only
conservative treatment. Method: We present two cases of deformational
plagiocephaly superimposed upon hemifacial microsomia. Orthotic treatment was
utilized to improve both the deformational plagiocephaly and the cranial base
deformity. Conclusion: This novel therapy has the potential to correct the cranial
base deformity in craniofacial microsomia.
Operação Sorriso: participação e influência
no tratamento de fissurados no Brasil
AUTOR
DIOGO FRANCO, RENATA RUAS, BRUNO ANDRÉ, TALITA FRANCO
RESUMO
Nesse artigo, os autores apresentam a Operação Sorriso
do Brasil, discutindo aspectos relacionados à introdução
desse programa no país e o passo-a-passo da estrutura
da missão, incluindo triagem dos pacientes, acompanhamento
pré e pós-operatórios.
Rabdomioma extracardíaco do tipo fetal em masseter
AUTOR
FELIPE PACHECO MARTINS FERREIRA, CLARISSA LEITE TURRER, JOSÉ CESÁRIO DA SILVA ALMADA LIMA3, LYSIO FRANÇA, RAMÃO TAVARES NETO, FERNANDO HORTA
RESUMO
O rabdomioma extracardíaco é um tumor benigno derivado
de músculo esquelético. É raro, com poucos casos
relatados na literatura. De uma forma geral, são classificados
clinicamente e morfologicamente em três tipos: adulto,
fetal e genital e representam menos que 2% dos tumores
de músculo estriado. Este trabalho objetiva, por meio
do relato de caso clínico, fazer uma revisão dos dados da
literatura existente, acerca do rabdomioma extracardíaco,
ressaltando os aspectos clínicos, histopatológicos, diagnósticos
e terapêuticos.
Descritores
Rabdomioma. Neoplasias de cabeça e
pescoço. Neoplasias de tecido muscular.
TÍTULO
Ameloblastomas de maxilar: apresentação
de caso e revisão de literatura
O ameloblastoma é um tumor benigno,
localmente agressivo, de origem odontogênica e afeta a
mandíbula e menos freqüentemente a maxila (15 a 20%).
Tem grande tendência a recidiva. Objetivo: O
ameloblastoma surge raramente na maxila e daí o interesse
de divulgar o caso, que acomete em geral pacientes
jovens entre 30 e 40 anos. Relato do caso: Paciente
submetido à cirurgia de Caldwell-Luc e o tumor ressecado
completamente em dois tempos, incluindo parte do osso
alveolar e tratamento da fístula oro-antral. O tratamento
foi bem sucedido e o paciente acompanhado por dois anos,
sem apresentar queixas. Conclusão: O ameloblastoma é
um tumor benigno, porém mais agressivo na maxila do
que na mandíbula. Tem tendência a recidiva, sendo muito
importante o diagnóstico precoce e a remoção completa
do tumor, incluindo o osso alveolar envolvido.