RENATO DA SILVA FREITAS, THOMAZ JEFFERSON LEMOS PESSOA, ANDRÉ RICARDO DALL´OGLIO TOLAZZI, GERSON POSTAI
RESUMO
Introdução: A liberação do músculo depressor do septo
nasal, aplicada principalmente para tratamento da ponta
nasal e sua relação com o lábio, foi utilizada neste estudo
para tratamento de pacientes com sorriso gengival. O objetivo
foi demonstrar a utilização desta técnica com a finalidade
de corrigir alterações estéticas do sorriso, realizando
a contenção da elevação do lábio superior e menor
exposição gengival ao sorrir. Método: Vinte pacientes foram
selecionados, segundo o critério de exposição de mais
de um terço da faixa gengival marginal superior em comparação
ao tamanho do incisivo central, ou mais de 4mm
de exposição gengival superior. Os pacientes não tinham
sido submetidos a nenhum outro tipo de tratamento anterior
para correção do sorriso gengivoso. Resultados: Em
todos os pacientes operados, observou-se alongamento do
lábio superior na posição em repouso, bem como redução
importante do seu encurtamento ao sorrir. Acompanhado
a isso, notou-se elevação da ponta nasal ao repouso e
aumento da espessura do vermelhão labial durante o sorriso.
A correção da linha de sorriso alta se fez sem comprometimento
da harmonia do lábio, mantendo-se o perfil labial
original dos pacientes. Alto grau de satisfação foi manifestado
pelos pacientes após a cirurgia. Conclusão: Não
obstante a multicausalidade do sorriso gengival, esse estudo
apresenta mais uma opção terapêutica efetiva, duradoura
e de baixa morbidade para obtenção de um sorriso
natural e harmonioso.
Descritores
Sorriso. Gengiva. Músculo depressor
do septo nasal. Músculos faciais, cirurgia.
TÍTULO
O uso de fixação interna rígida absorvível na cirurgia da
cranioestenose: experiência com o acompanhamento de
2 anos de 72 casos operados
AUTOR
CLARISSA LEITE TURRER, JOSÉ ALOYSIO DA COSTA VAL FILHO, FRIEDERIKE WOLLF VALADARES, JAQUELINE TIBÚRCIO
RESUMO
A cirurgia craniomaxilofacial é uma área de atuação da
cirurgia plástica bem definida por Dr Paul Tessier, cirurgião
plástico francês na década de 70. Os estudos realizados por
ele e seus inúmeros trabalhos publicados demonstraram a
importância do conhecimento anatômico do esqueleto facial
e de sua contigüidade com a base do crânio, permitindo
mobilizações ósseas como avanços frontofaciais. Estas técnicas
permitiram a abordagem cirúrgica de várias má formações
craniofaciais congênitas, minimizando riscos de hipertensão
intracraniana e proporcionando ao encéfalo espaço
para um crescimento adequado, sem distorções. A
abordagem do paciente portador de cranioestenose deve
ser interdisciplinar e o cirurgião plástico deve conhecer bem
aspectos da fisiopatologia destas anomalias, assim como
dominar as técnicas para tratá-las. Os avanços frontoorbitários
trazem modificações no terço superior da face.
Conceitos de unidade estética, simetria e harmonia facial,
além de cuidados fundamentais com incisões e
descolamentos, devem ser ressaltados. Nos últimos dez anos,
o tratamento cirúrgico da cranioestenose evoluiu muito devido
à introdução de novos materiais (fixação interna rígida
absorvível) que permitem resultados mais estáveis e melhores,
com incidência mínima de complicações. Por meio deste
estudo os autores relatam experiência com o referido material
e analisam dados obtidos no acompanhamento de
dois anos de 72 casos operados.
Tratamento de anquilose da articulação temporomandibular por
artroplastia
e distração mandibular em crianças: nosso protocolo de tratamento
AUTOR
EMMANUELA NADAL LÓPEZ, PEDRO LUIS DOGLIOTTI, MARIANA SABAS
RESUMO
Anquilose da articulação temporomandibular (ATM) em
crianças não afeta somente o crescimento mandibular, mas
também o desenvolvimento do esqueleto facial. O enxerto
costocondral tem sido usado para assegurar crescimento,
mas este é imprevisível. Nós avaliamos, retrospectivamente,
27 pacientes submetidos a reconstrução de ATM por
artroplastia. A etiologia foi séptica em 59,2% dos casos. O
seguimento foi de, pelo menos, 12 meses em todos os casos.
Artroplastia foi um procedimento rápido e fácil, com
reduzidos tempo operatório, risco de transfusão de sangue,
permanência hospitalar e custos. Mostrou, também, baixo
risco de reanquilose. Além disso, foi associado a menor
morbidade e complicações secundárias. Tomografia
computadorizada mostrou um neocôndilo remodelado ao
nível mandibular proximal. Ao exame clínico, os pacientes
apresentavam graus variáveis de deformidade facial, e um
potencial de crescimento mandibular desconhecido após
artroplastia da ATM. Observamos, também, melhora clínica
e do aspecto radiológico após correção da anquilose. É
razoável realizar o tratamento da anquilose e distração mandibular simultaneamente, sem conhecimento de quanto os
pacientes poderão crescer com o passar do tempo? Neste
caso seria necessária uma predição de crescimento para
realizar adequadamente a distração mandibular para obter
resultados estáveis. O momento de realização da distração
andibular, após artroplastia da ATM e restauração da função mandibular, deve ser específico para a necessidade de
cada paciente, assegurando as melhores condições e planejamento.
Nós apresentamos nosso protocolo de tratamento
incluindo: artroplastia da ATM com interposição de músculo
temporal, e distração osteogênica mandibular, como um
procedimento secundário, para corrigir retrognatismo e/ou
assimetria, se necessário.
Odontalgia associada à dor e à disfunção miofascial
AUTOR
EDUARDO GROSSMANN1, MARCUS VINÍCIUS MARTINS COLLARES
RESUMO
O presente trabalho descreve o caso de um homem de
64 anos, com dor contínua e constante acometendo a articulação
temporomandibular (ATM) esquerda e com uma
dor pulsátil nos dentes inferiores e superiores do mesmo
lado. Tal algia facial já perdurava cerca de dois anos, sendo
apontada como 7 pela escala analógica-visual (EAV).
Apresentava uma distância interincisal de 37,40 mm, sem
presença de ruído articular, porém com deflecção da mandíbula,
durante o movimento de abertura bucal à esquerda.
No músculo masseter esquerdo, porção profunda, estava
presente um ponto gatilho miofascial; quando pressionado,
produzia um padrão de dor referida para a ATM
esquerda. A fim de determinar a fonte da dor, foram instituídos
testes de vitalidade pulpar sobre os molares inferiores,
sendo que o 2º molar inferior esquerdo reproduziu um
padrão de dor referida para os demais dentes superiores e
inferiores do mesmo lado. A fim de confirmar tal hipótese
diagnóstica, realizou-se um bloqueio anestésico do nervo
alveolar inferior esquerdo, que prontamente debelou a dor
dentária maxilo-mandibular esquerda, mas não a dor articular
do mesmo lado. Após, procedeu-se novamente ao
mesmo procedimento, todavia, no ponto-gatilho miofascial
masseterino esquerdo, que eliminou totalmente a dor do
paciente. A terapêutica empregada foi a confecção de um
front plateau, seguido de endodontia do 2º molar inferior,
nova restauração e, após, a confecção de um dispositivo
interoclusal, termopolimerizável, de cobertura total de uso
noturno. Decorridos 37 meses de acompanhamento, o
paciente apresenta-se sem deflecção, sem dor e com uma
distância interincisal de 41,17 mm.
Descritores
Odontalgia. Síndromes da dor
miofascial. Anestésicos locais.