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Brazilian Journal of Craniomaxillofacial Surgery
Revista Oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilo-facial.
Volume 10
Número 1   Janeiro-Junho/2006
TÍTULO
Liberação do músculo depressor do septo nasal para tratamento do sorriso gengival
AUTOR
RENATO DA SILVA FREITAS, THOMAZ JEFFERSON LEMOS PESSOA, ANDRÉ RICARDO DALL´OGLIO TOLAZZI, GERSON POSTAI

RESUMO

Introdução: A liberação do músculo depressor do septo nasal, aplicada principalmente para tratamento da ponta nasal e sua relação com o lábio, foi utilizada neste estudo para tratamento de pacientes com sorriso gengival. O objetivo foi demonstrar a utilização desta técnica com a finalidade de corrigir alterações estéticas do sorriso, realizando a contenção da elevação do lábio superior e menor exposição gengival ao sorrir. Método: Vinte pacientes foram selecionados, segundo o critério de exposição de mais de um terço da faixa gengival marginal superior em comparação ao tamanho do incisivo central, ou mais de 4mm de exposição gengival superior. Os pacientes não tinham sido submetidos a nenhum outro tipo de tratamento anterior para correção do sorriso gengivoso. Resultados: Em todos os pacientes operados, observou-se alongamento do lábio superior na posição em repouso, bem como redução importante do seu encurtamento ao sorrir. Acompanhado
a isso, notou-se elevação da ponta nasal ao repouso e aumento da espessura do vermelhão labial durante o sorriso.
A correção da linha de sorriso alta se fez sem comprometimento da harmonia do lábio, mantendo-se o perfil labial original dos pacientes. Alto grau de satisfação foi manifestado pelos pacientes após a cirurgia. Conclusão: Não obstante a multicausalidade do sorriso gengival, esse estudo apresenta mais uma opção terapêutica efetiva, duradoura
e de baixa morbidade para obtenção de um sorriso natural e harmonioso.

Descritores Sorriso. Gengiva. Músculo depressor do septo nasal. Músculos faciais, cirurgia.
TÍTULO O uso de fixação interna rígida absorvível na cirurgia da cranioestenose: experiência com o acompanhamento de 2 anos de 72 casos operados
AUTOR CLARISSA LEITE TURRER, JOSÉ ALOYSIO DA COSTA VAL FILHO, FRIEDERIKE WOLLF VALADARES, JAQUELINE TIBÚRCIO
RESUMO A cirurgia craniomaxilofacial é uma área de atuação da cirurgia plástica bem definida por Dr Paul Tessier, cirurgião plástico francês na década de 70. Os estudos realizados por ele e seus inúmeros trabalhos publicados demonstraram a importância do conhecimento anatômico do esqueleto facial e de sua contigüidade com a base do crânio, permitindo mobilizações ósseas como avanços frontofaciais. Estas técnicas permitiram a abordagem cirúrgica de várias má formações craniofaciais congênitas, minimizando riscos de hipertensão intracraniana e proporcionando ao encéfalo espaço para um crescimento adequado, sem distorções. A abordagem do paciente portador de cranioestenose deve
ser interdisciplinar e o cirurgião plástico deve conhecer bem aspectos da fisiopatologia destas anomalias, assim como dominar as técnicas para tratá-las. Os avanços frontoorbitários trazem modificações no terço superior da face. Conceitos de unidade estética, simetria e harmonia facial, além de cuidados fundamentais com incisões e descolamentos, devem ser ressaltados. Nos últimos dez anos, o tratamento cirúrgico da cranioestenose evoluiu muito devido à introdução de novos materiais (fixação interna rígida absorvível) que permitem resultados mais estáveis e melhores, com incidência mínima de complicações. Por meio deste estudo os autores relatam experiência com o referido material e analisam dados obtidos no acompanhamento de dois anos de 72 casos operados.
Descritores Implantes absorvíveis. Cranioestenose, cirurgia. Anormalidades craniofaciais, cirurgia.
TÍTULO Tratamento de anquilose da articulação temporomandibular por artroplastia e distração mandibular em crianças: nosso protocolo de tratamento
AUTOR EMMANUELA NADAL LÓPEZ, PEDRO LUIS DOGLIOTTI, MARIANA SABAS
RESUMO Anquilose da articulação temporomandibular (ATM) em crianças não afeta somente o crescimento mandibular, mas também o desenvolvimento do esqueleto facial. O enxerto costocondral tem sido usado para assegurar crescimento, mas este é imprevisível. Nós avaliamos, retrospectivamente,
27 pacientes submetidos a reconstrução de ATM por artroplastia. A etiologia foi séptica em 59,2% dos casos. O seguimento foi de, pelo menos, 12 meses em todos os casos.
Artroplastia foi um procedimento rápido e fácil, com reduzidos tempo operatório, risco de transfusão de sangue, permanência hospitalar e custos. Mostrou, também, baixo risco de reanquilose. Além disso, foi associado a menor morbidade e complicações secundárias. Tomografia
computadorizada mostrou um neocôndilo remodelado ao nível mandibular proximal. Ao exame clínico, os pacientes apresentavam graus variáveis de deformidade facial, e um potencial de crescimento mandibular desconhecido após artroplastia da ATM. Observamos, também, melhora clínica e do aspecto radiológico após correção da anquilose. É razoável realizar o tratamento da anquilose e distração mandibular simultaneamente, sem conhecimento de quanto os pacientes poderão crescer com o passar do tempo? Neste caso seria necessária uma predição de crescimento para realizar adequadamente a distração mandibular para obter resultados estáveis. O momento de realização da distração andibular, após artroplastia da ATM e restauração da função mandibular, deve ser específico para a necessidade de cada paciente, assegurando as melhores condições e planejamento.
Nós apresentamos nosso protocolo de tratamento incluindo: artroplastia da ATM com interposição de músculo temporal, e distração osteogênica mandibular, como um procedimento secundário, para corrigir retrognatismo e/ou assimetria, se necessário.
Descritores Articulação temporomandibular. Anquilose. Criança. Artroplastia.
TÍTULO Odontalgia associada à dor e à disfunção miofascial
AUTOR EDUARDO GROSSMANN1, MARCUS VINÍCIUS MARTINS COLLARES
RESUMO O presente trabalho descreve o caso de um homem de 64 anos, com dor contínua e constante acometendo a articulação temporomandibular (ATM) esquerda e com uma dor pulsátil nos dentes inferiores e superiores do mesmo lado. Tal algia facial já perdurava cerca de dois anos, sendo
apontada como 7 pela escala analógica-visual (EAV).
Apresentava uma distância interincisal de 37,40 mm, sem presença de ruído articular, porém com deflecção da mandíbula, durante o movimento de abertura bucal à esquerda. No músculo masseter esquerdo, porção profunda, estava presente um ponto gatilho miofascial; quando pressionado, produzia um padrão de dor referida para a ATM esquerda. A fim de determinar a fonte da dor, foram instituídos testes de vitalidade pulpar sobre os molares inferiores, sendo que o 2º molar inferior esquerdo reproduziu um padrão de dor referida para os demais dentes superiores e inferiores do mesmo lado. A fim de confirmar tal hipótese
diagnóstica, realizou-se um bloqueio anestésico do nervo alveolar inferior esquerdo, que prontamente debelou a dor dentária maxilo-mandibular esquerda, mas não a dor articular do mesmo lado. Após, procedeu-se novamente ao mesmo procedimento, todavia, no ponto-gatilho miofascial
masseterino esquerdo, que eliminou totalmente a dor do paciente. A terapêutica empregada foi a confecção de um front plateau, seguido de endodontia do 2º molar inferior, nova restauração e, após, a confecção de um dispositivo interoclusal, termopolimerizável, de cobertura total de uso
noturno. Decorridos 37 meses de acompanhamento, o paciente apresenta-se sem deflecção, sem dor e com uma distância interincisal de 41,17 mm.
Descritores Odontalgia. Síndromes da dor miofascial. Anestésicos locais.


 


 
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