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Brazilian Journal of Craniomaxillofacial Surgery
Revista Oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilo-facial.
 Volume 11
Número 3  Julho - Setembro/2008
Suplemento de Temas Livres
TÍTULO
Fraturas de ossos da face na população idosa: etiologia e tratamento
AUTOR
WILSON CINTRA JUNIOR, MARIA CAROLINA COUTINHO, RODRIGO ITOCAZO ROCHA, LUIZ CLÁUDIO MASSAROLO

RESUMO

Introdução: O aumento da longevidade e o estilo de vida mais ativo da população idosa têm levado ao aumento dos casos de trauma na população geriátrica. O objetivo do estudo foi realizar avaliação estatística, etiológica e do tratamento cirúrgico dos pacientes vítimas de trauma de ossos da face na faixa etária acima de 60 anos. Método: Entre 2004 e 2007 (42 meses), foram tratados cirurgicamente 19 pacientes com fraturas de ossos da face e idade superior a 60 anos. Foi realizado levantamento retrospectivo de dados como: etiologia, tempo cirúrgico e de internação, localização dos traços de fraturas, tratamento cirúrgico realizado, antibioticoterapia utilizada e complicações. Resultados: A média etária foi 77,8 anos, variando entre 63 e 92 anos; a etiologia predominante foi a queda da própria altura em 15 (79%) pacientes, seguida de acidentes de trânsito em 2 (10,5%) pacientes; o principal sítio de fratura foi o complexo órbitozigomático (31,5%), seguido do naso-órbito-etmoidal (26,5%). O tempo cirúrgico médio foi de 2h40min (160 min), variando entre 50min e 4h30min; e o tempo de internação médio foi de 5 dias, variando entre 12 horas e 16 dias. Conclusões: Nossa casuítica, coincidente com a literatura, apontou a queda da própria altura como principal etiologia e o complexo órbito-zigomático como principal sítio afetado.

Descritores
Idoso. Idoso de 80 anos ou mais. Ossos faciais/lesões. Fraturas cranianas. Fraturas maxilomandibulares.
TÍTULO
A contribuição de fatores genéticos e ambientais para a ocorrência das fissuras lábio-palatinas não-sindrômicas é a mesma em diferentes regiões do país?
AUTOR
LUCIANO BRITO, DANIELA F. BUENO2, DÉBORA BERTOLA, BEATRIZ BURIN1, NIVALDO ALONSO, MARIA RITA PASSOS-BUENO
RESUMO
Introdução: Fissura labial com ou sem fissura de palato (FL/P) não-sindrômica, uma das malformações congênitas mais prevalentes, é determinada por um modelo de herança multifatorial e, portanto, fatores genéticos e ambientais contribuem para a ocorrência desta malformação. Método: O presente estudo avaliou se os fatores de predisposição às FL/Ps são semelhantes em três regiões do Brasil (Santarém- PA; Fortaleza e Barbalha- CE), por meio de estimativas das proporções de casos familiais, bem como da taxa de consangüinidade entre os pais de afetados por FL/P.
Ainda, avaliamos se a distribuição dos tipos de FL/Ps difere nestas 3 regiões. Um total de 460 casos foi avaliado durante missões da Operação Sorriso realizadas em 2007-2008.
Resultados: Não observamos diferenças nos subtipos de fissuras nas 3 regiões. Contudo, verificamos que a proporção de casos familiais e da taxa de consangüinidade é menor em Santarém do que nas outras duas localidades. Ainda, a taxa de consangüinidade foi significantemente maior
entre os pais dos fissurados averiguados em Santarém e Fortaleza do que na população geral. Conclusão: Estes resultados corroboram que a consangüinidade é um fator de risco para a ocorrência das FL/Ps e sugerem que os fatores de predisposição, ambientais ou genéticos para as FL/P são diferentes na população de Santarém. A confirmação destes resultados um uma amostra maior poderá fornecer subsídios para o estabelecimento de futuras políticas de prevenção das FL/Ps nas diferentes regiões do Brasil.
Descritores
Fenda labial. Fissura palatina. Herança multifatorial. Consangüinidade. Predisposição genética para doença. Meio ambiente.
TÍTULO Microssomia craniofacial: o espectro clínico de 163 pacientes tratados
AUTOR RENATO DA SILVA FREITAS, RENATO TEIXEIRA SOUZA, ÉRICA COUTO CALIXTO, VERUSKA MOSCATTO DE BIAGI2, HENRIQUE LUCKOW INVITTI, TIAGO BODANESE, HEITOR AUGUSTO DALLA ROSA FERNANDES3, JAIME FONTANELLI FREITAS, LUCIANO SAMPAIO BUSATO4, NIVALDO ALONSO
RESUMO
Introdução: A microssomia craniofacial é a segunda malformação de face mais comum, resultante de alterações no desenvolvimento embrionário do primeiro e segundo arcos branquiais. Podem apresentar principalmente
anormalidades de orelha e de mandíbula, além de outras estruturas derivadas destes dois arcos. Método: Estudo retrospectivo foi realizado com objetivo avaliar as manifestações encontradas em pacientes atendidos durante o período de 1996 a 2006. Foram revisados 163 prontuários
dos pacientes portadores de microssomia craniofacial, sendo 94 (57,7%) do sexo masculino e 69 (42,3%) feminino. Resultados: Houve preponderância do lado direito, observado em 87 (53,4%) pacientes, seguido de 48 (29,4%)
do lado esquerdo, e 26 (16%) bilateralmente. A deformidade de orelha externa mais comum foi microtia (110 pacientes – 67,5%); sendo que 13 (7,8%) pacientes tinham orelhas normais. O conduto auditivo apresentava-se normal em 26 (16%) pacientes, atrésico em 21 (12,9%) e ausente em 110 (67,5%). Perda condutiva foi encontrada com 57 (35%) pacientes. A deformidade de mandíbula foi classificada como grau I em 37 (21,9%) lados, 22 lados (13%) grau IIA, 20 lados (11.8%) grau IIB, e 11 (6,5%)
grau III. Evidenciou-se que 36 (22,1%) pacientes tinham mandíbulas normais. Macrostomia estava presente em 24 (14,7%) pacientes, paralisia facial em graus variáveis em 12 (7,4%) pacientes e comprometimento órbito-palpebral em 10 (6,1%). Conclusão: Este trabalho apresenta uma
série importante de casos de microssomia craniofacial, demonstrando as características clínicas dos pacientes atendidos no CAIF, um centro de referência no tratamento de deformidades craniofaciais.
Descritores
Assimetria facial. Orelha externa/ anormalidades. Mandíbula/anormalidades. Face/ anormalidades
TÍTULO
Como eu trato trauma: resultados de pesquisa interativa
AUTOR
RICARDO LOPES DA CRUZ, ANDRÉ BRAUNE, EDMAR LESSA
RESUMO
Objetivo: Avaliar a opinião de especialistas em Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial diante de casos que poderiam gerar controvérsias nas condutas a serem adotadas. Método: Pesquisa interativa para a análise estatística das condutas mediante vinte e seis perguntas formuladas baseadas em dezessete casos clínicos apresentados. Resultados: Os resultados envolveram a análise de perguntas muito variadas que são submetidas, ao final do artigo, há uma objetiva discussão por parte dos autores.
Descritores
Traumatismos craniocerebrais. Ferimentos e lesões. Traumatismos cranianos fechados. Controvérsias. Pesquisa de opiniões.
TÍTULO
Avanço fronto facial em monobloco com distração osteogênica para tratamento das craniofaciossinostoses: comparação entre 2 distratores
AUTOR
CASSIO E. RAPOSO-DO-AMARAL, CESAR A. RAPOSO-DO-AMARAL, CELSO L.BUZZO, MARCELO C. GUIDI4, REZA JARRARHY5, JAMES P. BRADLEY6, HENRY. K.KAWAMOTO
RESUMO Introdução: O tratamento das deformidades craniofaciais foi revolucionado com o advento da técnica de alongamento ósseo gradual denominada distração osteogênica. Método: Oito pacientes com diagnóstico de craniofaciossinostose foram submetidos a avanço fronto facial em monobloco com distração osteogênica. Os pacientes foram divididos em 2 grupos
de 4 pacientes. No grupo I (n=4), o avanço fronto facial foi realizado utilizando os distratores externos fabricados na SOBRAPAR. A idade média do grupo I foi de 10,5 anos. O tempo de seguimento do grupo I foi de 11 anos. No grupo II (n=4), o avanço fronto facial foi realizado utilizando os
distratores internos fabricados nos USA pela KLS Martin - USA.
A idade média do grupo II foi de 8,7 anos. O tempo de seguimento do grupo II foi de 1,5 anos. Traçados cefalométricos utilizando o padrão icketts foram utilizados para comparação de resultados. Resultados: O índice de avanço médio do grupo I foi 18,3 mm. As variações cefalométricas do grupo I foram: SNA: 70, SNB: -30. O índice de avanço médio do grupo II foi 10,7 mm. As variações cefalométricas do grupo II foram: SNA: 8.10, SNB: -3.40. Em ambos os grupos, os pacientes ficaram com enoftalmia temporária e com oclusão classe II. No caso do grupo I, a classe II evoluiu para classe I com
o passar dos anos. No grupo II, os pacientes permanecem em classe II. Conclusões: Os pacientes dos 2 grupos tiveram boa evolução. A retrusão do terço médio, o exorbitismo, bem como o déficit respiratório foi tratado satisfatoriamente em ambos os grupos. Maior avanço ósseo do terço médio foi necessário no grupo I, provavelmente decorrente de uma menor
estabilidade óssea durante o processo de alongamento ósseo gradual.
Descritores
Anormalidades Craniofaciais. Alongamentoósseo. Acrocefalossindactilia. Craniossinostose. Osteogênese por distração/instrumentação.
TÍTULO
Alternativas de fixação no tratamento da maxila: enxerto ósseo utilizado como placa fixadora
AUTOR
RAPHAEL ANTONIO GOMES DA SILVA1, GUSTAVO MOTTA SIMPLICIO NASCIMENTO1, YURI OTANI2, RODRIGO DE FARIA VALLE DORNELLES3, ROLF LUCAS SALOMONS3, VERA LUCIA NOCCHI CARDIM
RESUMO
Objetivo: O propósito deste estudo foi avaliar o resultado do tratamento da maxila, quando o enxerto ósseo foi utilizado como placa de fixação. Método: No período de 2004 a 2008, foi realizada a fixação intermaxilar com
enxerto ósseo em seis pacientes com indicação de correção da deficiência vertical da maxila. Os enxertos ósseos foram obtidos a partir da calvária ou da mandíbula. A fixação foi feita com parafusos do tipo lag screw, sendo
ou não utilizadas placas de fixação associadas. Resultados: Os pacientes apresentaram melhora estética e funcional das queixas inicialmente referidas, não havendo também queixas clínicas, no que se refere à perda da dimensão vertical da maxila obtida no ato cirúrgico, durante o período de acompanhamento pós-operatório. Conclusões: As vantagens deste procedimento de fixação foram redução das taxas de infecção e dos custos cirúrgicos.
Descritores
Transplante ósseo. Maxila/cirurgia. Placasósseas. Avanço mandibular/métodos.
TÍTULO
Síndrome de Ascher: aspectos clínicos e terapêuticos desta rara deformidade da face
AUTOR
GILVANI AZOR DE OLIVEIRA E CRUZ, RENATO DA SILVA FREITAS, WAGNER BERTOLLOTE, ANILEDA RIBEIRO DOS SANTOS
RESUMO Síndrome de Ascher é uma entidade rara, benigna, com poucos casos descritos e de etiologia ainda desconhecida.
Clinicamente se caracteriza por uma tríade composta de lábio duplo superior, blefarocalásio e bócio atóxico.
Relatamos o caso de um paciente com lábio duplo e blefarocalásio, diagnosticado como portador da síndrome de Ascher incompleta, e iscutimos as modalidades terapêuticas utilizadas. O tratamento da pálpebra superior foi realizado por meio de uma ressecção em fuso da pele palpebral superior e excisão em cunha do lábio superior, na transição do vermelhão seco com o úmido.
Descritores
Lábio/anormalidades. Anormalidades do olho/cirurgia. Blefaroplastia. Síndrome.


 


 
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