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Brazilian Journal of Craniomaxillofacial Surgery
Revista Oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilo-facial.
 Volume 11
Número 4   Outubro/Dezembro /2008
 
TÍTULO
Avaliação tardia da sensibilidade da face pós-fratura do complexo órbito zigomático
AUTOR
WALFREDO CHERUBINI FOGAÇA1, NIVALDO ALONSO2, RENATO RODRIGUES NAUFAL3, MARCUS CASTRO FERREIRA4

RESUMO

Introdução: O nervo infra-orbital está freqüentemente envolvido em fraturas do complexo órbito-zigomático, o que resulta, tanto na fase aguda do traumatismo quanto tardiamente, em alteração da sensibilidade no território cutâneo inervado por ele. A lesão nervosa ocorre por trauma direto, compressão, isquemia ou lacerações nos vários pontos de seu trajeto.
Método: Com o objetivo de avaliar as alterações tardias da sensibilidade no território cutâneo do nervo infra-orbital em vítimas de fraturas do complexo órbito-zigomático, foram incluídos no estudo 25 pacientes com fraturas unilaterais do complexo (9 mulheres e 16 homens). O tipo de fratura mais
freqüente no grupo em estudo foi o tipo III da classificação de Knight e North. Oitenta por cento dos pacientes foram submetidos a tratamento que, em sua grande maioria, consistiu de exploração cirúrgica e fixação dos focos de fratura com fio de aço ou miniplacas e parafusos. Quando houve necessidade, o assoalho da órbita foi explorado, o conteúdo orbital foi reduzido para a cavidade orbital e o enxerto de cartilagem ou osso autógeno foi colocado. Todos os pacientes foram abordados em um período pós-traumatismo de, no mínimo, 24 meses. A avaliação da sensibilidade baseou-se no estudo das fibras de adaptação lenta e das fibras de adaptação rápida do grupo A beta no território do nervo infra-orbital e foi realizada de três maneiras: a) determinação da distância para discriminação de dois pontos; b) determinação do limiar cutâneo de pressão; c) questionamento ao paciente quanto a alterações da sensibilidade local percebidas no seu dia-a-dia (sensação subjetiva). O lado da face contralateral, onde não ocorreu fratura, foi usado como grupo controle. Resultados: Observou- se diferença estatisticamente significante entre o lado fraturado e o lado controle nos testes de discriminação de dois pontos e na aferição do limiar cutâneo de pressão para um ponto dinâmico. Nos demais testes, as diferenças foram significantes apenas em pontos dispersos da face. Observouse ainda ser a hipoestesia a principal queixa do paciente quando inquirido a respeito da sensibilidade de sua face.

Descritores
Sensação. Limiar sensorial. Receptores sensitivos/fisiopatologia. Face/inervação. Traumatismos faciais. Zigoma.
TÍTULO
Cirurgia endoscópica endonasal da órbita: revisão de 6
anos de casuística, resultados e complicações
AUTOR
TOMAS GOMES PATROCINIO1, LUCAS GOMES PATROCINIO2, JOSÉ ANTÔNIO PATROCINIO3
RESUMO
Introdução: A cirurgia da órbita recebeu um grande impulso nas últimas décadas com o advento da endoscopia. O acesso endonasal possibilitou o avanço principalmente na cirurgia da oftalmopatia de Graves e da neuropatia óptica. Objetivo: Apresentar nossa experiência com a cirurgia endoscópica endonasal da órbita, avaliando a casuística, os resultados e as complicações nos últimos seis anos. Método: Estudo retrospectivo, realizado de janeiro de 2002 a janeiro de 2008, de 18 pacientes (30 órbitas) submetidos a cirurgia endonasal endoscópica da órbita. Os resultados foram avaliados com relação a acuidade visual, melhoria da proptose e complicações associadas. Técnicas cirúrgicas utilizadas são descritas. Resultados: No período foi realizada descompressão do nervo óptico em uma paciente com pseudotumor cerebral e um paciente com angifibroma. Houve melhora em ambos, após seis meses, de toda a avaliação oftalmológica. Também foi realizada em quatro pacientes com baixa de acuidade visual em decorrência de neuropatia traumática do nervo óptico, com melhora importante em dois deles. A descompressão orbitária foi realizada em 24 órbitas de 12 pacientes portadores de exoftalmia de Graves. A média de redução da proptose foi de 3,79 mm (variando de 3,09 mm a 4,57 mm). A acuidade visual melhorou nos dois pacientes que apresentavam déficit pré-operatório. Diplopia ocorreu em uma paciente. Conclusões: A cirurgia orbitária por acesso endoscópico endonasal demonstrou-se um tratamento cirúrgico útil para inverter e prevenir deterioração visual e melhorar a proptose, com baixo índice de complicações. Portanto, acreditamos que esta abordagem merece consideração dos cirurgiões craniomaxilofaciais quando frente a um paciente com estes problemas.
Descritores
Doença de Graves. Órbita/cirurgia. Endoscopia.
TÍTULO Tratamento das fraturas mandibulares com fixação interna rígida: estudo comparativo entre via de acesso extra-oral e intra-oral com uso de trocarte percutâneo
AUTOR MILTON FALCÃO CARVALHO NETO1
RESUMO
Realizou-se neste trabalho um estudo retrospectivo de pacientes com fraturas complexas, cominutivas e desaforáveis de corpo, ângulo e ramo de mandíbula, tratados com osteossíntese utilizando miniplacas de titânio,
entre o período de março de 2002 até fevereiro de 2006. Os pacientes foram diferenciados de acordo com via de acesso cirúrgica: extra-oral ou intra-oral. O autor conclui que os pacientes submetidos a via de acesso intra-oral com trocarte percutâneo tiveram menor tempo cirúrgico, período de internação mais curto, menor custo hospitalar, não apresentaram complicações e obtiveram resultado estético melhor, com ausência de cicatrizes expostas.
Descritores
Descritores: Mandíbula/cirurgia. Traumatismos mandibulares.
Traumatismos faciais.
TÍTULO Tratamento cirúrgico e não-cirúrgico de fraturas de côndilo: revisão de 25 casos
AUTOR ANA RITA DE LUNA FREIRE PEIXOTO1, ANA PAULA SANTIAGO2, ILANA LIMA2
RESUMO
O objetivo deste estudo foi demonstrar os resultados obtidos com o tratamento de 25 pacientes com fratura do côndilo (13 foram submetidos a tratamento cirúrgico e 12 a tratamento conservador), com idades entre 8 e 60 anos; 18 do sexo masculino e 7 do sexo feminino, tratados em hospital da rede pública em Salvador, entre 2001 e 2007. O seguimento pós-operatório variou de duas semanas a dois anos.
Descritores
Côndilo mandibular/lesões. Mandíbula/
lesões. Fixação interna de fraturas. Articulação
temporomandibular/lesões.
TÍTULO
Terapia miofuncional no tratamento de anquilose temporomandibular: análise de 7 pacientes
AUTOR
ANA PAULA DOI BAUTZER1, NIVALDO ALONSO2, DOV GOLDENBERG3, LIDIA D’AGOSTINO1
RESUMO Introdução: A anquilose temporomandibular é uma fusão óssea, fibrosa e cartilaginosa das superfícies da articulação temporomandibular que produz uma limitação progressiva da abertura bucal e dos movimentos andibulares, impedindo a excursão normal da mandíbula, podendo alterar as funções estomatognáticas: mastigação, deglutição e fala, além de dificultar a igiene. Leva também a problemas psicológicos e sociais devido às alterações funcionais e estéticas. Método: Foram avaliados 7 pacientes, de ambos os sexos, que apresentaram anquilose temporomandibular, com a mediana de 15 anos de idade, que foram submetidos a liberação do coronóide para correção da anquilose temporomandibular. Todos os pacientes responderam a um questionário que indagava sobre dados de anamnese e queixa principal e passaram por avaliação fonoaudiológica com mensurações específicas, seguindo protocolos específicos para trauma de face. Foram excluídos desta pesquisa os pacientes que já haviam sido submetidos a algum tipo de tratamento cirúrgico e/ou fonoaudiológico. Foram realizadas 26 sessões semanais individuais, durante seis meses, visando à reabilitação das alterações encontradas na avaliação fonoaudiológica. Resultados: O tratamento dirigido de fonoterapia pós-cirúrgico contribuiu para o restabelecimento da mobilidade, além de propiciar orientações aos cuidadores sobre o treinamento diário de todos os exercícios propostos, levando em consideração as dificuldades individuais. Somente após a intervenção fonoaudiológica que as outras alterações encontradas
dos órgãos fonoarticulatórios e queixas puderam ser sanadas. Conclusão: O trabalho fonoaudiológico no tratamento de pacientes com anquilose temporomandibular pós-cirúrgico se mostrou eficaz para reeducar a musculatura orofacial e restabelecer suas funções estomatognáticas
no pós-cirúrgico, evitando uma recidiva.
Descritores
Anquilose. Reabilitação. Articulação temporomandibular. Sistema estomatognático.
TÍTULO
Hiperteleorbitismo: uma proposta de tratamento
AUTOR
VERA LUCIA NOCCHI CARDIM1, ROLF LUCAS SALOMONS2, RODRIGO DE FARIA VALLE DORNELLES3, ALESSANDRA SANTOS SILVA3,
ADRIANO LIMA E SILVA3, JOSÉ ORLOFE BLOM4
RESUMO
Nos casos de hiperteleorbitismo em que não exista meningoencefalocele transetmoidal, os ossos próprios do nariz e a glabela estejam presentes e a arcada superior esteja colapsada, indica-se uma osteotomia que combina
duas técnicas: a bipartição facial de Van der Meulen por via extracraniana e a mobilização orbital com manutenção das estruturas centrais, de Psillakis. Realiza-se uma disjunção craniofacial (por via extracraniana) e as hemifaces são medializadas em direção ao dorso nasal fixo. A diminuição da distância interorbital se dá por ressecção de faixas ósseas paramedianas, como se a
osteotomia em V central da bipartição margeasse a linha média do dorso nasal sem atingi-la. Sem a necessidade de enxertia óssea no dorso nasal e ostectomia em área de lâmina crivosa, a cirurgia se torna rápida, de baixa
morbidade e esteticamente eficaz. A linha média fixa confere adequada projeção do dorso nasal, proporcionando excelente referência espacial para a rotação centrípeta das hemifaces.
Descritores
Ossos faciais/anormalidades. Ossos faciais/cirurgia. Órbita/cirurgia. Osteotomia. Disostose craniofacial/cirurgia.
TÍTULO
Aplicações da fotografia em três dimensões na Cirurgia Plástica
AUTOR
RODRIGO PLENS TEIXEIRA1, SUSANNE K. WILLIAMS2, LLOYD A. ELLIS3, ANDREW L. GREENSMITH4
RESUMO Sistemas digitais sofisticados de fotografia em três dimensões melhoraram muito a captura de imagens do corpo humano. A introdução de um sistema rápido, não-invasivo e sem radiação ionizante é estimulante, e esses avanços possibilitaram novas aplicações da imagem em três dimensões na
cirurgia plástica. Desde 2004, o Royal Children’s Hospital (RCH) de elbourne utiliza o sistema de fotografia digital em três dimensões 3dMDTM, que foi montado num centro exclusivamente dedicado (Centro de imagens da Batten Foundation). Desde então, uma equipe multidisciplinar trabalha para desenvolver técnicas mais apuradas para coletar e analisar informações para que se possa tirar pleno proveito dessa poderosa tecnologia. Este artigo descreve uma série de aplicações clínicas onde a captura de dados em três dimensões e sua análise têm sido úteis.
Descritores
Fotografia. Imagem tridimensional. Diagnóstico por imagem. Técnicas de diagnóstico e procedimentos. Cirurgia plástica. Processamento de imagem assistida por computador. Imagem tridimensional.
TÍTULO Retalho anterior de músculo bucinador para correção de fístula oronasal com acesso intra-oral
AUTOR PAULO ROBERTO MELO GOMES1, RODRIGO GOUVÊA ROSIQUE2, MARINA JUNQUEIRA FERREIRA ROSIQUE2, JOSÉ MARCOS DE ANDRADE MÉLEGA3
SUMMARY
RESUMO Introdução: O cirurgião plástico se depara com muitas situações de carência de tecido para o fechamento de falhas intra-orais. O retalho miomucoso do bucinador é uma forma plausível de manipular grande quantidade de mucosa vascularizada dentro da cavidade oral, porém com cicatriz externa, devido ao duplo acesso. Visando à diminuição deste estigma, foi utilizado o retalho miomucoso em ilha do músculo bucinador (RMBI) com base no
pedículo anterior usando apenas acesso intra-oral. Método: Duas pacientes, adultas (14 e 18 anos), do sexo feminino, apresentando fístula oronasal anterior de 2 cm x 2,5 cm e 2 cm x 3 cm, seqüela de fenda labial e palatina
completa, foram operadas. Previamente, foram realizadas dissecções em cadáveres para aperfeiçoar a técnica. Resultados: A indicação do RMBI foi decorrente da vascularização abundante, de sua extensão, de sua largura
e, principalmente, de seu arco de rotação possível de 180 graus, possibilitando a transferência para o palato duro. A incisão intra-oral permite uma boa dissecção e liberação do retalho, sem comprometimento da artéria labial, e sem a cicatriz da abordagem transcutânea. Conclusões: Encontramos no retalho miomucoso de pedículo anterior a melhor alternativa para as grandes reconstruções de seqüelas na região anterior do palato. Este
retalho pode ser utilizado bilateralmente, além de se prestar para reconstruções de outros segmentos intra e extracavitários, como reconstrução de lábio, sem seqüelas funcionais ou estéticas importantes.
Descritores Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos. Retalhos cirúrgicos. Bochecha/anatomia & histologia. Fístula. Músculos faciais/cirurgia.


 


 
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