Brazilian Journal of Craniomaxillofacial
Surgery
Revista Oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilo-facial.
Volume 12
Número 1
Janeiro - Março/2009
Volume 12
Número 1
Janeiro - Março/2009
TÍTULO
Abordagem nasolabial primária nas fissuras
lábio-palatinas unilaterais
AUTOR
LUCIANO SAMPAIO BUSATO1, RENATO DA SILVA FREITAS2
RESUMO
Introdução: As deformidades anatômicas e alterações
fisiológicas das fissuras lábio-palatinas unilaterais são
objeto de estudo de vários pesquisadores onde é enfatizada
a necessidade da reparação primária não apenas da fissura
labial como do reposicionamento das estruturas do nariz.
Existem inúmeras técnicas descritas para o tratamento
concomitante destas alterações, tanto para a reparação
do lábio quanto do nariz. Independentemente da técnica
escolhida, muitas controvérsias existem envolvendo a abordagem
cirúrgica da fissura nasolabial unilateral, principalmente
no que se refere ao tempo cirúrgico, o uso de
ortopedia pré-operatória ou adesão labial para diminuir a
tensão no reparo definitivo da fissura. Podemos afirmar
que o resultado é cirurgião-dependente, ou seja, quanto
mais familiarizado com a técnica empregada, melhores
serão os resultados estéticos e funcionais. Método: Foram
tratados 134 pacientes com fissura lábio-palatina unilateral
com a técnica de Millard combinada com a técnica
de McComb para a abordagem do nariz, no período de 1
de janeiro de 2003 a 24 de abril de 2007. Resultados:
A terapêutica empregada proporcionou resultados estéticos
melhores com a diminuição de procedimentos secundários
aliados à sistematização do procedimento com
menor tempo cirúrgico.
Modelo tridimensional do esqueleto craniofacial:
precisão de uma ferramenta para o
planejamento cirúrgico
AUTOR
ANA BEATRIZ ALMEIDA1, CASSIO E. RAPOSO-DO-AMARAL2, DANIEL M. FERREIRA3, LUIS HOTTA4, CESAR A. RAPOSO-DO-AMARAL5,
JORGE VICENTE LOPES DA SILVA6, AILTON SANTA BARBARA7, MARCELO C. GUIDI8, CELSO L. BUZZO9
RESUMO
Introdução: Os modelos tridimensionais do esqueleto
craniofacial são confeccionados a partir dos resultados de
tomografia computadorizada gravados em linguagem
DICOM. Os modelos são utilizados no planejamento cirúrgico
e no exercício acadêmico dos profissionais em formação.
Os modelos precisam ser fidedignos às estruturas
anatômicas, bem como apresentar baixo custo. O objetivo
do nosso trabalho foi verificar a precisão dos modelos
tridimensionais do esqueleto craniofacial confeccionados pelo
Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI).
Método: Foram aferidas seis medidas lineares das órbitas
de 14 modelos tridimensionais confeccionados a partir dos
resultados de tomografia computadorizada de pacientes com
diagnóstico de deformidade craniofacial congênita. As medidas
antropométricas realizadas nos modelos foram comparadasàs mesmas medidas obtidas pela tomografia
computadorizada. Resultados: Não houve diferença estatisticamente
significante na comparação de todas as medidas
lineares realizadas no modelo tridimensional e as obtidas a
partir dos resultados da tomografia computadorizada
(p>0,05). Conclusão: Os modelos tridimensionais do
esqueleto craniofacial fabricados pelo CTI são fidedignos e
apresentam baixo custo aos Centros Especializados.
Descritores
Processamento de imagem assistida por
computador. Tomografia computadorizada por raios X.
Crânio/radiografia. Face/radiografia.
TÍTULO
Acesso retromandibular transparotídeo: uma via
simples, eficaz e segura para tratamento
das fraturas de côndilo mandibular
AUTOR
ENDRIGO OLIVEIRA BASTOS1, DOV CHARLES GOLDENBERG2, NIVALDO ALONSO3
RESUMO
Objetivo: As fraturas de côndilo mandibular constituem
pelo menos um terço das fraturas de mandíbula e seu
tratamento vem sendo o tópico mais controverso no campo
das fraturas maxilofaciais. Na medida em que se aprimoram
os acessos e as técnicas de redução e osteossíntese, a
tendência é indicar o tratamento aberto para uma proporção
crescente das fraturas de côndilo. A via de abordagem
cirúrgica deve permitir a redução anatômica e fixação, ser
reprodutível e acarretar morbidade mínima. Os acessos
tradicionais podem limitar o campo, tornando a cirurgia
trabalhosa a ponto de impedir que a fratura seja corretamente
tratada. O acesso retromandibular transparotídeo tem
sido descrito por outros autores como mais simples e efetivo.
Este trabalho tem por objetivo testar a aplicabilidade e
a segurança da via retromandibular transparotídea para
acesso às fraturas condilares em nosso meio. Método:
Foram operados 10 pacientes adultos com fraturas extracapsulares
de côndilo utilizando-se a via retromandibular
transparotídea. Por parâmetros clínicos e radiológicos,
avaliou-se a adequação da redução óssea como índice de
qualidade da visualização e instrumentação da fratura que
esta via permitiu, assim como a ocorrência de complicações
relacionadas ao acesso. Resultados: Em 9 dos pacientes,
a redução foi considerada satisfatória ou perfeita.
Em nenhum dos casos houve neuropraxia, observação consoante
com a segurança descrita na literatura. Conclusão:
O acesso retromandibular pareceu reprodutível, seguro
e eficaz para o tratamento aberto das fraturas condilares.
JOAQUIM JOSÉ DE LIMA SILVA1, ANTONIA ARTEMISA AURÉLIO SOARES LIMA2, SILVIO MELO TORRES3
SUMMARY
RESUMO
Objetivo: Analisar 105 casos de fraturas faciais e sua
distribuição por sexo, raça, origem, tempo de internação,
local anatômico da fratura, lesões associadas, tratamento
e complicações. Método: Estudo prospectivo, no período
de novembro de 2004 a novembro de 2005, de 105
pacientes com fraturas faciais. Resultados: A maioria
dos pacientes era do sexo masculino, brancos, entre 21 e
30 anos de idade, com uma proporção entre o sexo masculino
e feminino de 3,7:1 e média de permanência hospitalar
de 30 dias. Não houve diferença entre a origem
(urbano e rural). A principal causa foi acidente de trânsito,
seguido de violência interpessoal. A lesão associada
mais comum foi o traumatismo cranioencefálico. Dos 105
casos estudados, houve 126 fraturas faciais, com maior
freqüência a fratura dos ossos nasais, seguida de fraturas
do zigoma e da mandíbula. Exceto para fraturas nasais,
os demais casos foram tratados por redução aberta e fixação
interna rígida por placas e parafusos. As principais
complicações foram edema, hipoestesia e maloclusão.
Conclusão: As fraturas faciais estudadas possuem
características semelhantes às da literatura, e a fixação
interna rígida por placas e parafusos foi importante para
o sucesso do tratamento das fraturas faciais, sendo o
enxerto ósseo da mandíbula uma boa indicação para o
tratamento das fraturas de assoalho e da órbita.
HEITOR AUGUSTO DALLA ROSA FERNANDES1, GILVANI AZOR DE OLIVEIRA E CRUZ2, RENATO DA SILVA FREITAS3
RESUMO
Introdução: A incidência de infecção após tratamento
de fraturas de andíbula varia de 2,5% a 16,6%. A maioria
dos serviços especializados utiliza antibióticos profiláticos
como rotina, porém a escolha do antibiótico e a duração
do tratamento têm grande variação, não havendo consenso.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo comparar
a eficácia da cefazolina endovenosa utilizada apenas
na indução anestésica com a cefazolina prolongada por
24h no pós-operatório como esquema profilático, em
pacientes com fraturas de mandíbula tratados com fixação
aberta (placas e parafusos), avaliando a incidência
de infecção local. Método: Foram avaliados prospectivamente
157 pacientes com fratura de mandíbula, tendo
como critérios de exclusão: presença de infecção ativa no
momento da cirurgia; uso de antibióticos por outras causas;
fraturas envolvendo somente côndilo, coronóide ou
ramo; e pacientes tratados apenas com bloqueio
intermaxilar, sem fixação interna. Os pacientes selecionados
foram randomizados em dois grupos. Os critérios de
inclusão para este estudo foram atingidos por 76 pacientes,
sendo 51 do grupo 1 e 25 do grupo 2. Resultados:
Oito (10,5%) pacientes apresentaram infecção, sendo 5
(9,8%) no grupo 1 e 3 (12,0%) no grupo 2, não havendo
diferença significativa no intervalo de confiança de 95%.
Conclusão: Concluímos que o índice de infecção em pacientes
com fratura de mandíbula tratados com fixação
aberta (placa e parafuso) foi comparável em ambos os
grupos, não havendo diferença entre antibioticoprofilaxia
com cefazolina endovenosa apenas na indução ou prolongando
por 24h no pós-operatório.
Estratégia de tratamento da craniossinostose:
um ou dois estágios?
AUTOR
ERIC ARNAUD1, DANIEL MARCHAC1, DOMINIQUE RENIER2
RESUMO
O tratamento cirúrgico da craniossinostose envolve
técnicas complexas para prevenir danos cerebrais
secundários e corrigir a retrusão facial, incluindo suas
consequências (exorbitismo e danos às vias aéreas superiores).
O avanço fronto-orbital convencional (antes de
um ano de idade) pode corrigir problemas associados em
um único procedimento na grande maioria dos casos Apesar
do crescimento cerebral estar completo aos três anos,
a retrusão facial pode ser corrigida posteriormente,
sabendo-se que o crescimento facial está completo ao redor
de 16-18 anos. Uma osteotomia Le Fort III definitiva
realizada tardiamente poderia não necessitar de distração.
Pacientes com indicação de correção precoce, como
crianças que apresentam malformações mais graves com
risco de sequelas psicológicas importantes, podem ser operados
antes, assim, considerando-se que o distúrbio genético
de crescimento irá permanecer, cirurgia futura será
necessária. Os autores apresentam uma discussão sobre
a realização do procedimento em um ou dois estágios para
tratar esta desafiadora malformação, apresentando sua
experiência com milhares de casos já operados.
Distração óssea na disostose mandíbulo-facial:
revisão da literatura
AUTOR
MARCELO PAULO VACCARI MAZETTI1, DULCE MARIA FONSECA SOARES MARTINS1, PAULO DE OLIVEIRA GOMES1, RYANE SCHMIDT BROCK1,
CÉLIO TOSHIRO KOBATA1, JULIANO SOUTO FERREIRA1, JOÃO PAULO RIBEIRO MAUÉS1
RESUMO
Objetivo: Revisar a literatura e descrever a distração
osteogênica como tratamento da disostose mandíbulofacial.
Método: Revisão da literatura com artigos
indexados e livros. Resultados: A síndrome de Treacher-
Collins, também denominada de disostose mandíbulofacial,
representa uma complexa malformação crânio-facial
que se caracteriza principalmente por hipoplasia dos ossos
da face, anomalias palpebrais e auriculares, sendo seu
acometimento freqüentemente bilateral e simétrico. Manifesta-
se por meio de uma expressividade variável, podendo
ser classificada nas seguintes formas: completa, incompleta,
abortiva, unilateral e atípica. Possui diversas
formas de tratamento, dentre elas encontra-se a distração
osteogênica. Conclusão: A distração osteogênica de mandíbula
apresenta resultado satisfatório na disostose
mandíbulo-facial.
JOSÉ CARLOS GARCIA DE MENDONÇA¹, ARTHUR AZAMBUJA–SANTOS2, LEANDRO DE ARAUJO BENTO2, JANAYNA GOMES PAIVA2,
CHRISTIANO MOREIRA DA COSTA LIMA2, FERNANDA BOING2
RESUMO
Introdução: Os osteomas são considerados tumores
benignos compostos de tecido ósseo cortical ou medular,
podendo surgir em qualquer idade e região do corpo,
porém são mais comuns em adultos jovens e localizam-se
principalmente no esqueleto maxilo-facial. Objetivo: Por
meio da revisão de literatura e relato de caso clínico, este
artigo objetiva discutir os principais aspectos clínicos,
radiográficos e histológicos da lesão, assim como seu tratamento.
Relato de caso: Paciente leucoderma, do gênero
masculino, 43 anos de idade, foi acometido por uma lesão
em corpo de mandíbula direita, assintomática e consistente
à palpação. Sua exérese foi realizada em ambiente
hospitalar, sob anestesia geral e mediante ao acesso extraoral
submandibular. Ao exame anatomopatológico foi
confirmada a presença de osteoma periférico em corpo de
mandíbula e o paciente apresenta-se sem sinais de recidiva
após um ano de controle pós-operatório. Conclusão:
Apesar da controvérsia de sua real etiologia, os
osteomas ãocompletamente benignos, sendo baixos osíndices de recidiva ou transformação maligna.