Brazilian Journal of Craniomaxillofacial
Surgery
Revista Oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilo-facial.
Volume 9
Número 2
Julho-Dezembro/2005
TÍTULO
Aspectos epidemiológicos das fraturas de mandíbula
AUTOR
ALEXANDRE SIQUEIRA FRANCO FONSECA, DOV CHARLES GOLDENBERG, ENDRIGO BASTOS, GUSTAVO FLOSI STOCCHERO, DIANA CRUZ, NIVALDO ALONSO
RESUMO
Foi realizado estudo epidemiológico prospectivo, entre
fevereiro de 2001 e novembro de 2004, com pacientes atendidos
no pronto-socorro do HC-FMUSP, vítimas de fratura
de face. Neste período, foram atendidos 170 pacientes,
que tiveram seus dados tabulados e analisados. Selecionamos
o grupo de pacientes que apresentavam fratura de
mandíbula, puras ou associadas a outras fraturas de face.
Foram obtidos dados referentes ao mecanismo de trauma,
número e localização dos traços de fratura, nos diferentes
grupos, sendo calculado um índice fratura/paciente. A
análise dos dados obtidos revela números interessantes,
principalmente no que se refere à relação das fraturas de
mandíbula com o uso de capacete em motos e bicicletas,
o uso ou não do cinto de segurança em automóveis e a
diferença de energia de impacto entre as fraturas de face
com e sem fraturas de mandíbula.
Fendas lábio-palatais: rotina para anestesia e
analgesia pós-operatória
AUTOR
DIOGO FRANCO , ANDRÉIA FORTINI, LÚCIO AULER, TSA
RESUMO
Objetivos: Descrever a rotina para anestesia e
analgesia pós-operatória em pacientes fissurados.
Método: Cinqüenta pacientes foram submetidos à cirurgia
reparadora de lábio leporino e/ou fenda palatal
sob anestesia geral inalatória combinada ao bloqueio
dos nervos infra-orbitário (lábio) e/ou bloqueio dos
nervos palatinos maiores (palato) ambos com 0,5 a 1
ml de bupivacaína a 0,5% com adrenalina 1:200.000.
Foram avaliados os tempos cirúrgicos e anestésicos, assim
como a evolução no pós-operatório e a incidência de
complicações. Resultados: Dos 50 pacientes, um
apresentou broncoespasmo leve e outro sofreu extubação
acidental, sendo ambas prontamente resolvidas, sem
maiores conseqüências. O tempo total da anestesia
variou de 43 a 270 minutos, e o tempo total cirúrgico
ficou entre 20 e 150 minutos.A analgesia foi considerada
satisfatória pelo despertar e pós-operatório
tranqüilo na enfermaria. Conclusões: O adequado
manuseio anestésico e analgesia pós-operatória se
traduzem em segurança e conforto aos pacientes e
médicos, além de menor risco de intercorrências.
Reconstrução de orelha utilizando uma única cartilagem
costal: descrição modificada da técnica
AUTOR
RENATO DA SILVA FREITAS, GILVANI AZOR DE OLIVEIRA CRUZ1, ÁLVARO FAGOTTI FILHO, NIVALDO ALONSO
RESUMO
A cartilagem costal autóloga tem sido utilizada para
a reconstrução de orelha em pacientes com microtia. O
uso de três cartilagens (6º, 7º e 8º arcos costais) é o
tratamento clássico nas reconstruções auriculares,
porém resulta em operação mais prolongada, havendo
relatos de deformidades torácicas. Este estudo descreve
a técnica de reconstrução de orelha, em 525 pacientes
portadores de microtia, nos quais foi utilizada somente
uma cartilagem costal. Os resultados estéticos foram
satisfatórios e não houve seqüelas torácicas.
Deslocamento mandibular do côndilo mandibular para a fossa cranial
medial: redução fechada deveria ser uma opção de tratamento?
AUTOR
EMMANUELA NADAL, PEDRO L. DOGLIOTTI, MARIANA SABAS
RESUMO
Apresentamos o caso de uma menina de 17 anos,
que sofreu um deslocamento do côndilo mandibular para
a fossa cranial medial após uma queda acidental. O
exame físico e a tomografia computadorizada (TC) não
revelaram sintomas ou sinais neurológicos. Durante redução
aberta via abordagem extra/intracraniana, percebemos
a presença de lesões no lobo temporal. TC é
considerada a base dos estudos de imagem para
demonstrar deslocamento e hemorragia intracraniais ou
dano cerebral. Entretanto, no caso relatado, somente
identificamos isto durante a redução aberta por via préauricular,
combinada com uma abordagem intracranial.
Embora a redução fechada com manipulação manual
seja considerada uma opção de tratamento por alguns
autores, nós acreditamos que não é uma opção segura
de tratamento, que pode ter implicações neurológicas e
ameaçadoras à vida, em casos nos quais dano neurológico
não é diagnosticado.